segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Índigos e cristais: o que podem estar nos dizendo?

A grande maioria de nós, se não todos, já ouviu falar em crianças índigo, cristais ou outras denominações para crianças que chegam a esse nosso plano material com um nível diferenciado de consciência. Há muita literatura a respeito das qualidades desses seres, mas pouco se fala sobre como não sabemos lidar com a grande maioria delas.
 
Estamos vivendo um momento de mudanças intensas. As estruturas sociais e de poder até então conhecidas estão em decadência e não se sabe ao certo o que está por vir. Vivemos um hiato em que a grande maioria das pessoas tenta a todo custo manter esses padrões antigos. E, por mais que haja boas perspectivas no meio espiritualista, as mudanças são de toda ordem e nos desestabilizam, evidenciando a crueza desse momento. A educação é apenas um ponto em meio a esse caos.
 
Nosso sistema educacional está completamente defasado, porém é mais fácil dizer que as crianças não se adéquam. Aquelas que antigamente eram consideradas “levadas” e, por isso, disciplinadas por meios morais, são hoje diagnosticadas com vários transtornos ou patologias: desafiador-opositivo , déficit de atenção, hiperatividade, etc... E, então, são medicadas. A partir daí, a questão fica muito complexa.
 
 
Inicialmente precisamos falar da hiperatividade do mundo atual. Vivemos um momento histórico em que tudo é rápido e em que somos levados a realizar uma gama enorme de atividades. A vida atual é corrida e a massa, acostumada a esse ritmo, não mais consegue lidar com ritmos diferentes. Antigamente as cenas de um filme eram longas, o que dava a ele um ritmo diferente e as pessoas o assistiam e apreciavam. Hoje as cenas são rápidas, o que dá aos filmes outro dinamismo, tentando manter, nesse mundo agitado, a atenção dos espectadores.
 
Se formos considerar o fato de que somos condicionados, daremos atenção também a estudos que mostram que nossa capacidade de atenção é o tempo do “plim-plim” da televisão. Fazemos várias coisas ao mesmo tempo, não temos paciência para a arte e para qualquer coisa que se mostre em menor velocidade e queremos que com as crianças seja diferente. Mas não é.
 
O ritmo das crianças também está agitado. Elas vivem no mesmo mundo que nós! Em geral são obrigadas a realizar muitas atividades, o que as tira o tempo para brincar e ser criança, estão condicionadas ao entretenimento acelerado e as pessoas ainda acham que elas têm que ficar horas diárias sentadas em uma cadeira escolar, olhando para a cabeça do coleguinha da frente e muitas vezes ouvindo professores que já não tem o menor interesse em ensinar... Ignora-se primeiramente o fato de que essas crianças tem um corpo, dicotomizando-o com a mente, que é o que deve ser trabalhado em uma escola. Entende-se então que os corpos precisam estar parados, disciplinados, para que a mente possa absorver aqueles conteúdos. Dessa forma qualquer movimento distinto do esperado já é diagnosticado como doença.
 
Se formos observar os critérios diagnósticos do DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4º Ed.), todos nós seríamos diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade e medicados. Seria uma epidemia? Cabe aqui ressaltar o poder da indústria farmacêutica que acaba criando doenças e de certa forma, incutindo na mente das pessoas a necessidade de serem curadas daquele mal. Curadas de quê para quê, como e para quem? São perguntas que ficam.
 
A maioria esmagadora das crianças que recebem esse diagnóstico está muito saudável, querendo mostrar a todo custo que o sistema está defasado, que não funciona mais. Só que seria muito trabalhoso dar ouvido a isso. Bem mais fácil entender que o problema é com elas, dar um remedinho e se manter nessa comodidade que, no final das contas, não leva ninguém a lugar algum. Outro fato que não é divulgado é com relação aos efeitos desse “remédio milagroso”. É muito comum ele causar o efeito inverso além de o uso continuado poder levar ao desenvolvimento de quadros reais de psicose.
 
Precisamos ouvir mais as nossas crianças. Elas são dotadas de uma sabedoria que está simplesmente sendo ignorada. E a mudança desse sistema educacional, que está falido, é questão de urgência. Estejamos atentos a este grande paradoxo: por um lado falamos de crianças muito especiais, que vem para ajudar na evolução do planeta; e por outro ignoramos o que elas nos mostram, querendo acreditar que estejam doentes.
 
É momento de deixar de lado o que é cômodo e trabalhar para a construção do mundo em que queremos viver. Os velhos padrões já estão agonizando. Façamos o luto e deixemos vir o novo, acolhendo toda a sua vitalidade!
 
Por UCNF

Nenhum comentário:

Postar um comentário